terça-feira, 15 de setembro de 2009

Malditas conversas introdutórias

Eu tive um professor que dizia o seguinte: "Meu filhos, vocês tem que saber e estudar essas coisas pra ter papo no elevador, nas festas, no ponto de ônibus. Passar de ano e tirar nota boa é o de menos."
E não é que ele tem razão? A falta de assunto é um problema sério que assola milhões de brasileiros.
Faça o teste. Vá a uma festa de pessoas que não vê há muito tempo. Você repetirá a mesma conversa introdutória a exaustão.

Fulano: E aí? Quanto tempo! Tudo bom?

Siclano: Pois é, mó tempão. Tudo ótimo e você?

Fulano: Tranquilão, tudo na mesma e você?

Siclano: Pô, na mesma também. Aquela coisa, sabe como é.

Fulano: Pois é... Mas e aí. E o trabalho? Já casou?

Siclano: Po, trabalhando pra caramba e vc? Casei nada. To ficando com as erradas até encontrar a certa.


A conversa poderia se alongar pelo tempo que fosse. Até que um outro sem assunto entra no meio pra "salvar" aquelas almas.

Beltrano: Fulano!!!! Quanto tempo!!!! Tudo bom?


Temos algumas modalidades de cidadãos sem assunto. Vamos a elas:


1) Blogueiros que escrevem sobre a falta de assunto.


2) Comentaristas do Passado => Casagrandes, Falcões e Arnaldos desse meu Brasil. Gente que repete notícia velha como se fosse novidade:
"Gugu foi pra Record!"
"Pô, vou te mandar um vídeo sensacional. Vanusa cantando o hino."
"Tá ligado o Belchior?"


3) Atenciosos => Pedem um resumo completo de todos os membros da sua família. Perguntam mais de 3 vezes se está tudo bem. Te abraçam com força máxima e ainda gritam pro resto da festa saber: "ESSE CARA É FODA!"



4) Saudosistas => Geralmente são torcedores do Botafogo.

"Po, época boa né? A gente reclamava da vida ainda vê se pode. Bora marcar um chopp? Convoca a galera aí."


5) Chatos => O chato nunca perde o seu próprio tempo. Ele perde o dos outros. Ele apresenta todos os sintomas supracitados entre outros.. Conta histórias mais detalhadas com Machados de Assis ou Tolkien. Te aborda com um tapa nas costas que interrompe momentaneamente seus movimentos peristálticos. O chato não se importa se você estava indo ao banheiro, se a sua comida vai esfriar ou se o seu celular não tem bateria.



Encerro fazendo um apelo. Diga não a conversas introdutórias. Vamos direto ao ponto. Todo mundo lê o G1, jornal, ou site de notícias. Se não tem assunto conforme-se com dois beijinhos ou um aperto de mão. Não pergunte "qual é a boa". Ninguém é promoter. Não puxe assunto para reclamar simplesmente, ninguém trabalha ou é responsável por aquele local. E por último, se alguém perguntar "Tudo bem?" NÃO diga NÃO. A pergunta é mero ritual. Ninguém realmente se importa.

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